terça-feira, 20 de julho de 2010

LIBERDADE POLICIADA E ANESTESIA

LIBERDADE POLICIADA E ANESTESIA

A livre manifestação do pensamento, a liberdade de consciência, o livre exercício dos cultos religiosos, a livre expressão da atividade intelectual e artística, a garantia do direito de propriedade, são direitos fundamentais garantidos em nossa Constituição. Caminhando em paralelo temos as garantias fundamentais que asseguram o exercício daqueles direitos. Se a Constituição Federal é a expressão da vontade da sociedade, temos uma sociedade que clama pela liberdade. O clamor pela liberdade expressa uma sociedade que não se sente inteiramente livre.
Com efeito, a privação das liberdades fundamentais era característica dos regimes totalitários e ateus. Neste sentido, perguntava o Dr. Plínio Correa de Oliveira se a Igreja poderia renunciar tácita ou expressamente como preço de um mínimo de liberdade legal em regime comunista, renunciando sua liberdade em alguns pontos, para, em benefício espiritual dos fiéis conservá-la em outros pontos? (Conferir Acordo com o regime comunista para a Igreja, esperança ou autodemolição. Editora Vera Cruz Ltda. 10ª Edição – Agosto de 1974 São Paulo – SP.). Ele mesmo reponde: “a missão docente da Igreja não consiste só em ensinar a verdade, mas também em condenar o erro. Nenhum ensino da verdade é suficiente enquanto ensino, se não inclui a enunciação e refutação das objeções que contra a verdade se possam fazer” (p. 69). E continua: “a doutrina comunista, atéia, materialista, relativista, evolucionista, colide de modo mais radical com o conceito católico de um Deus pessoal, que promulgou para os homens uma lei em que se consubstanciam todos os princípios da moral, fixos, imutáveis, e consentâneos com a ordem natural. A “cultura” comunista, considerada em todos os seus aspectos e em cada um deles, conduz à negação da moral e do direito. A colisão do comunismo com a Igreja não se dá, pois, apenas em matéria de família e de propriedade. E é sobre toda a moral, sobre toda a noção do direito, que a Igreja se deveria então calar.”(p. 73).
Se a nossa sociedade não é comunista então porque somos conduzidos a nos calar sobretudo em matéria de aborto, família e propriedade? Estamos imersos num processo de anestesia que impede uma reação adequada da opinião pública. Nossos adversários ideológicos à esquerda contavam com isto ao aprovarem o PNDH-3. Porque ousaram tanto? Erraram. Hoje existe uma reação em cadeia que impõe o seu arquivamento.

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