terça-feira, 20 de julho de 2010

TRISÁGIO: ACLAMAÇÃO TRINITÁRIA



Triságio: aclamação trinitária
Triságio é uma palavra de origem grega (triságion), em latim trisagium, que faz parte da liturgia cristã [1]. Significa "três vezes santo".

O triságio encontra suas raízes lá no Antigo Testamento, no livro de Isaías, capítulo 6, versículo 3: "Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos, a terra inteira está repleta de sua glória." [2]
Na Sexta-Feira Santa, nos Lamentos do Senhor da Celebração da Paixão do Senhor (Missal Romano, páginas 262-263), encontramos traços que expressam o triságio:
"Deus Santo,
Deus forte,
Deus imortal,
tende piedade de nós!"
Na liturgia oriental, o triságio aparece no rito da palavra, na pequena entrada, como se pode notar da Divina Liturgia de São João Crisóstomo. O sacerdote recita a Oração do Hino do Triságio, e é concluída com o canto:
"Santo Deus, Santo poderoso, Santo imortal, tem piedade de nós! (3 vezes).
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém! Santo imortal, tem piedade de nós!
Santo Deus, Santo poderoso, Santo imortal, tem piedade de nós!"
A Divina Liturgia corresponde para nós, do rito latino, à Missa (celebração da Eucaristia).
E o triságio também está presente na Missa. Está, na parte denominada liturgia eucarística, ou mais especificamente no Prefácio (que é a primeira parte da prece eucarística), que se conclui pela aclamação do triságio (cantado ou recitado): Sanctus, Sanctus, Sanctus:
"Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hosana nas alturas!
Bendito o que vem
em nome do Senhor!
Hosana nas alturas!" [3]

O triságio, que deita raízes na liturgia judaica, aparece, documentado, em As Constituições Apostólicas (compostas no século IV), Livro VIII, Liturgia Eucarística: A Oração de Oblação, n. 12:27 - Introdução ao Sanctus: "Santo, Santo, Santo, o Senhor do universo; o céu e a terra estão cheios da sua glória, bendito és Tu pelos séculos. Amen" [4].
Inicialmente, o triságio, que é uma aclamação que provém de Isaías 6, 3, era lido em termos cristológicos (referente apenas a Cristo), como presente no Concílio Ecumênico de Calcedônia, realizado em 451, e, posteriormente, foi ampliada a sua compreensão e é lido em dimensão trinitária (referente ao Deus Trino: Pai, Filho e Espírito Santo).
[1] Dicionário de Liturgia, de Ricardo Pascual Dotro e Gerardo García Helder, tradução de Gilmar Saint'Clair Ribeiro, São Paulo, Edições Loyola, 2006, pág. 165, registra: "Triságio (do grego tris, três, e hagios, santo: três vezes santo): Aclamação de louvor trinitária. (...)"
[2] Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª edição, 2002, página 862.
[3] Missal Romano, tradução da 2ª edição típica para o Brasil realizada e publicada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com acréscimos aprovados pela Sé Apostólica, São Paulo, Editora Paulus, 6ª edição, 1999, página 405 (Rito da Missa Celebrada com o Povo).
[4] Antologia Litúrgica: Textos Litúrgicos, Patrísticos e Canônicos do Primeiro Milênio, recolha de textos, tradução e organização de José de Leão Cordeiro, Fátima (Portugal), Secretariado Nacional de Liturgia, n. 1615, pp. 433-4.
Fonte:http://blogdoguedes.blogspot.com/2008/05/trisgio-aclamao-trinitria.html

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